sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Insatisfação

   Hoje acordei pensativa sobre a vida, o rumo que damos a ela, e o porquê de, às vezes, mesmo tendo tudo o que queremos, ainda sim ficarmos insatisfeitos. Na verdade, estes questionamentos não vêm de uma simples noite mal dormida. Sempre penso nisso, e, esta semana, especificamente, minhas idéias foram potencializadas ao assistir aos filmes "Comer Rezar Amar" e "Vicky Cristina Barcelona". Já deu pra perceber que filmes mexem comigo de alguma maneira, né?!
   Seja lá qual tenha sido o ponto de partida, fato é que não só eu, mas muita gente que conheço, tem os mesmos pensamentos. Por que é tão difícil encontrarmos a realização plena? Por que queremos sempre mais, e, muitas das vezes, não conseguimos, sequer, valorizar aquilo que conquistamos?
   Geralmente, por estarmos descontentes com alguma situação, ou não satisfeitos com algo que possuimos, somos acometidos de uma "cegueira", que nos impede de enxergar as coisas como elas realmente são. Muitas vezes, o caminho para a felicidade e para a realização estão do nosso lado, ou a nossa frente, mas não conseguimos perceber. Isso acontece muito com os amores. São mais comuns do que imaginamos, casos de pessoas que procuram, incessantemente, pelo grande amor da sua vida, mas criam um "filtro" de qualidades desejadas tão exigente, que não conseguem enxergar alguém a sua volta. Sem falar naquelas situações em que namoramos, ou estamos casados, com pessoas maravilhosas, mas não conseguimos deixar de desejar outros amores, pelo simples fatos de querermos sempre aquilo que não temos. Aí, quando o parceiro decide nos deixar, tentamos correr atrás do que perdemos. Por acaso alguém já viu isso?
   O hábito de menosprezar o que temos é levado, até mesmo, a coisas mais banais. Quer ver? Quantas vezes nós, mulheres (principalmente), por desejarmos AQUELA peça de roupa específica que está na vitrine, dizemos: "Eu não tenho roupa, meu armário está vazio!", quando, na realidade, nosso closet está cheio de coisas legais, e somente AQUELA não pertence ao nosso "pequeno patrimônio"? Inúmeras, não? E quando nossa geladeira está cheia de comida, mas por não ter AQUELE doce que gostaríamos de comer, dizemos: "Nessa casa não tem nada!". Chega a ser pecado...
   Mas, afinal de contas, por que estes sentimentos acontecem? Com toda a sinceridade, não sei...
   Não tenho a menor dúvida de que as insatisfações, de certa forma, servem de mola propulsora para atingirmos os nossos objetivos, quaisquer que sejam eles; creio ser este o lado positivo. Aliás, seria ótimo se nossas inquietações tivessem apenas esta função, a de injetar ânimo para seguirmos em frente na "longa estrada da vida". Isso, talvez, seja possível, se nos esforçarmos para impedir que os aspectos negativos da inquietude representem um obstáculo ao nosso crescimento profissional e como ser humano. A insatisfação é útil, desde que aprendamos a controlá-la. Essa é uma tarefa árdua, porque não temos o hábito de analisar nossas atitudes no dia-a-dia; as coisas, simplesmente, passam, sem atentarmos para elas. Com muito treino, acredito que possamos nos tornar pessoas melhores, mais equilibradas, sem, no entanto, perder o desejo de novas conquistas. O lema é "queiramos sempre mais, valorizando tudo o que temos"! 
   E, depois de muito pensar sobre o tema, sabem a qual conclusão cheguei? É melhor pararmos de nos preocupar com o porquê de tanta insatisfação, e começarmos a fazer algo efetivo para mudar. No meu caso, tentarei começar por este texto, que, na minha concepção, está uma porcaria, mas, pra todos os efeitos, está bom demais! (Rsrsrsrs)
   Bom fim de semana a todos!

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